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O que são os exames genéticos para câncer?

O câncer é uma das principais causas de morte em todo o mundo, mas o diagnóstico precoce pode melhorar significativamente as chances de cura. Cerca de 85 a 90% dos casos são esporádicos, ou seja, ocorrem de forma adquirida durante a vida e estão associados à exposição do paciente a diversos fatores de risco.

Felizmente, existem alguns exames disponíveis que podem ajudar na detecção, tratamento mais rápido ou até mesmo na indicação de cirurgias redutoras de risco, principalmente em pacientes de alto risco, cujo histórico familiar sugere uma possível etiologia hereditária para o câncer, sendo este tipo de ocorrência responsável por cerca de 10 a 15% dos casos. Alguns testes e condutas podem ser indicados em situações especiais. São eles:

🔸Testes genéticos hereditários: São realizados principalmente em indivíduos que possuem um relevante histórico familiar de câncer, bem como em pacientes que preenchem determinados critérios descritos em diversos guidelines que ditam nossa prática clínica. A simples ocorrência de um tipo de câncer raro, mesmo num paciente sem um histórico familiar positivo, pode já indicar a realização de um teste genético hereditário. Estes exames buscam identificar mutações genéticas hereditárias, ou seja, GERMINATIVAS, que estão presentes em todas as células do corpo, passam de geração em geração entre membros de uma família e aumentam o risco de desenvolvimento de certos tipos de câncer. Os resultados desses testes podem ajudar a orientar medidas preventivas e planos de acompanhamento médico personalizados.

🔸Testes genéticos tumorais: São realizados em amostras de tecido tumoral de pacientes já diagnosticados com câncer. Eles buscam identificar mutações genéticas específicas presentes nas células cancerígenas, ou seja, mutações SOMÁTICAS. Os resultados desses testes podem ajudar a direcionar o tratamento do câncer, pois algumas mutações genéticas específicas podem influenciar a resposta a determinados medicamentos ou terapias-alvo.

É importante lembrar que nem todos os exames são recomendados para todas as pessoas. Cada paciente é único, e cada caso sempre deve ser individualizado.

Dra. Jacqueline Menezes
CRM-SP 176.936
RQE 102.511

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Por que o câncer pode voltar?

É possível ocorrer o retorno do câncer mesmo após um tratamento que os médicos consideram “bem sucedido”, sendo este o evento que chamamos de recidiva tumoral, ou recorrência tumoral.

Mesmo após o tratamento inicial, algumas células cancerígenas podem permanecer no corpo, podendo ser muito pequenas para serem detectadas pelos exames de imagem ou mesmo podendo estar em um estado de “dormência”, simplificadamente falando e, com o tempo, elas podem se multiplicar novamente e levar à recorrência da doença.

💡É justamente visando evitar esse efeito que muitas vezes indicamos tratamentos complementares após a cirurgia, como a quimioterapia adjuvante por exemplo, justamente em doenças em que sabemos que o risco de essas células existirem circulando pelo corpo é maior e, portanto, seu risco de recidiva também.

Já conversamos outras vezes que “o que faz o câncer ser câncer” é justamente a sua capacidade de se espalhar para outras partes do corpo, formando metástases, lembram-se disso?

💡É isso que justifica, independente do estadiamento da sua doença, um acompanhamento atento e periódico por anos e anos após o seu tratamento. Geralmente o risco de recidiva é maior nos primeiros 2 anos, podendo estender-se até nosso “período de ouro” de 5 anos, sendo a palavra “cura” geralmente utilizada retrospectivamente, quando olhamos para os últimos 5 anos e constatamos que a doença realmente não voltou.

Atenção: essa regra NÃO vale para todos os tipos de tumores, e lembre-se que estamos falando de estatísticas, mas mesmo após esse período é possível que recidivas ocorram. Consulte e converse sempre o seu médico.

Dra. Jacqueline Menezes
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Suplementos ajudam na prevenção e tratamento do câncer?

Diante de uma vida corrida, é comum muitos acreditarem que é mais prático tomar polivitamínicos para garantir uma boa saúde.

Porém, a verdade é que você pode obter todos esses nutrientes com uma dieta balanceada. Os alimentos “in natura” são excelentes, pois são ricos em antioxidantes e fitoquímicos que vão te proteger contra radicais livres e dano celular que causa o câncer.

Comidas “de verdade” serão, sem dúvidas, sempre a primeira escolha! Ingerir um suplemento polivitamínico e mineral de BAIXA dosagem pode ajudar se você estiver tendo problemas em consumir alimentos e não consegue seguir uma dieta balanceada, mas SEMPRE deve ser prescrito por um especialista.

Além disso, dependendo do seu tratamento específico para o câncer, ingerir um suplemento alimentar em excesso pode realmente prejudicá-lo ou alterar a forma como o tratamento funciona, principalmente se você tem um bom estado nutricional.

Por outro lado, em pacientes desnutridos e sarcopênicos, principalmente que serão submetidos a alguma cirurgia, suplementos principalmente hipercalóricos e hiperproteicos podem fazer toda a diferença no desfecho da cirurgia e suas taxas de complicações, bem como na sua recuperação e reabilitação.

Portanto, se você está pensando em ingerir algum suplemento, converse antes com o seu Oncologista E sempre um Nutricionista e/ou Nutrólogo, e nunca tome nenhuma “vitamina” ou qualquer medicação por conta própria.

Tenha sempre um profissional especializado em nutrição para te acompanhar na sua jornada oncológica!

Dra. Jacqueline Menezes
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Histerectomia o que mudará em minha vida?

A histerectomia é o nome dado à remoção cirúrgica do útero.

Esta cirurgia é normalmente recomendada como forma de tratamento definitivo para condições benignas como os miomas, por exemplo, sendo nestes casos indicada geralmente após outras formas terapias terem sido tentadas e não terem sido bem-sucedidas, e também é realizada em condições malignas como no câncer de endométrio e do colo do útero (neste último caso uma cirurgia mais “complexa” é realizada, chamada de histerectomia radical).

Existem diferentes tipos de histerectomia, incluindo a histerectomia total, que envolve a remoção do útero e do colo do útero, e a histerectomia parcial ou supracervical, que envolve a remoção do corpo do útero, mas preserva o colo. Há, ainda, a radical, que além do útero, consiste na remoção dos paramétrios, que são como as “asinhas” do útero, explicando de maneira bem simplificada, e servem para sua sustentação na pelve e, por fim, uma outra técnica preservadora de fertilidade aplicada em casos selecionados do câncer de colo de útero, chamada de traquelectomia radical, que consiste na retirada do colo junto aos paramétrios, com preservação do corpo do útero visando uma gestação futura.

Muitas pacientes ficam com medo desta cirurgia e me questionam o que muda após a remoção.

Geralmente, os relatos das pacientes é que a vida costuma mudar para melhor. Afinal, alguém que precisou ser operada estava com esse útero doente, ou seja, era uma pessoa que tinha sangramento aumentado, sentia dores fortes, dentre outras queixas, e com o procedimento o incômodo cessou. O ponto negativo é que retirada completa do útero é sinônimo de não poder mais ter filhos e, como todo e qualquer procedimento cirúrgico, há seus riscos inerentes, como sangramento, infecção, e muito raramente alguns distúrbios urinários.

Com o advento da cirurgia minimamente invasiva o pós operatório se tornou ainda mais fácil de ser superado. Agende sua consulta para retirar todas as suas dúvidas!

Dra. Jacqueline Menezes
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Tumor benigno pode se tornar maligno?

Como regra geral, os tumores benignos não se transformam em malignos. Já falamos sobre isso em posts anteriores, e recapitulando:

👉🏼 Os tumores benignos são caracterizados por sua natureza não cancerígena, ou seja, a não capacidade de invadir tecidos próximos ou se espalhar para outras partes do corpo. Eles tendem a crescer lentamente e geralmente têm bordas bem definidas.

👉🏼 Os malignos, por sua vez, “penetram” através da membrana basal celular e caem na circulação sanguínea, e/ou linfática, ou mesmo se disseminam por continuidade ou contiguidade com outras estruturas. Ou seja: têm potencial de gerar METÁSTASES.

🚨 Há, porém, duas principais exceções à regra acima que eu gostaria MUITO que você soubesse:

💩O câncer colorretal (intestino grosso e reto), chamado de adenocarcinoma colorretal, na verdade surge SIM de um tumor benigno chamado adenoma, que se manifesta como os famosos pólipos que encontramos na colonoscopia, e por isso este exame é tão importante na prevenção deste câncer, já que temos chance de eliminá-lo ainda enquanto condição benigna…

☀️O melanoma pode surgir de uma pinta escurecida inocente que você sempre teve. Por exemplo, exposição solar e outros fatores de risco podem fazer o nevo, que é o tumor benigno (sim, a sua pintinha) se transformar em um câncer.

Por isso é tão importante diagnosticar a presença de tumores, monitorá-los e, caso necessário, retirá-los.

Exames médicos de rotina e, em alguns casos, outros exames complementares são recomendados para garantir sua estabilidade e detectar possíveis alterações. Se houver algum sinal preocupante, como crescimento rápido, mudanças na aparência ou desenvolvimento de sintomas associado a alguma lesão prévia que você já possua, é recomendável consultar a sua cirurgiã oncológica aqui 😷 para uma avaliação mais aprofundada e tratamento adequado.

Dra. Jacqueline Menezes
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Estresse e tratamento oncológico NÃO combinam!

Quando estamos estressados, o corpo acredita que estamos sob ameaça e se programa em modo de “luta ou fuga”, liberando uma mistura complexa de hormônios e substâncias químicas como adrenalina e cortisol, em preparação para a ação física [de “se defender”].

O estresse não causa câncer, porém pode ser um fator de piora durante sua jornada de tratamento, ou mesmo contribuir como um gatilho para facilitar a ocorrência de neoplasias. Este é um exemplo clássico do que ocorre no câncer de colo de útero: ao ficarmos estressadas, nossos mecanismos de defesa ficam prejudicados, o que favorece a manifestação e multiplicação do vírus do HPV, que é o grande vilão desta doença.

Altos níveis de estresse não somente enfraquecem o sistema imunológico, nos deixando mais susceptíveis à carcinogênese (ou seja, o surgimento do câncer), como também provocam outros problemas de saúde ao afetar o sono, a saúde mental, a nossa sensação de bem estar, o desejo de realizar atividades físicas, a libido e até mesmo dificultar o processo de decisões importantes sobre seu tratamento.

Coloque SEMPRE como prioridade o seu bem-estar físico e mental! Para isso você pode:

1️⃣Organizar sua rotina;
2️⃣Fazer exercícios físicos regulares;
3️⃣Praticar técnicas de relaxamento como respiração, yoga, etc.;
4️⃣Reservar um tempo para si e atividades prazerosas;
5️⃣Conversar sobre o que tem te incomodado.

Falar de saúde mental é também falar sobre prevenir e curar câncer. Mente doente não controla corpo saudável! 😉

Dra. Jacqueline Menezes
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Assuntos importantes

Quais assuntos vocês gostariam que abordássemos nos próximos posts? Deixe a sua sugestão aqui nos comentários!

Como médica Cirurgiã Oncologista, tenho a missão de trazer o maior número de informações possíveis para promover o cuidado da sua saúde.

É importante, porém, lembrar que embora todos os nossos diálogos nas redes sociais sejam importantes, eles não substituem as consultas, ok?

Dra. Jacqueline Menezes
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Por que temos câncer?

Câncer, basicamente, é o nome dado ao crescimento desordenado de células em nosso organismo, com potencial invasivo e de disseminação pelo corpo.

Seguem alguns conceitos importantes, de uma forma bem simplificada, e úteis para o seu entendimento:

• Tumor = “tudo que cresce”, não necessariamente maligno. É sinônimo de neoplasia.

• Neoplasia benigna ou tumor benigno = Células que crescem de forma anormal, porém ficam limitadas, restritas ao seu local de origem, ou seja, não geram metástases.

• Neoplasia maligna, ou tumor maligno, ou câncer = estes, sim, se diferenciam justamente pelo potencial em invadir os tecidos profundamente (atravessam o que chamamos de membrana basal), e a partir daí podem cair na circulação linfática ou sanguínea e se disseminarem para outros órgãos, ou mesmo só por entrarem em contato com outros tecidos também se espalham (uma forma de disseminação muito típica no câncer de ovário, por exemplo, que vai para o peritônio).

O câncer é uma doença multifatorial, ou seja, uma combinação de inúmeros fatores, porém o principal fator de risco em comum para qualquer neoplasia maligna é justamente o envelhecimento! Quanto mais longevos ficamos, maior o nosso risco de desenvolver câncer.

A doença surge a partir de mutações genéticas, ou seja, de uma alteração no DNA da célula que pode ser adquirida durante a vida, de forma somática (por exemplo, em indivíduos que fumam, ou bebem, ou adquirem alguns vírus como HPV ou vírus da Hepatite), ou podemos carregar genes já doentes, herdados de nossos familiares, com células já mutadas de uma forma que chamamos de germinativa, ou seja, que passam de geração a geração através dos óvulos e espermatozoides.

Você sabia que péssimos hábitos e sedentarismo são responsáveis por 30% a 40% dos casos de câncer? Obesidade, tabagismo, etilismo, alimentação rica em defumados, carne vermelha em excesso, enfim, estes são alguns dos exemplos de clássicos fatores de risco para desenvolvimento do câncer que podemos controlar, já que envelhecer é algo que naturalmente ocorrerá, e é o que queremos, não é mesmo?

Dra. Jacqueline Menezes
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Endometriose é câncer?

O endométrio é o tecido que reveste a parede interna do útero, ou seja, a cavidade endometrial, que é onde o embrião se implanta para o desenvolvimento normal de uma gestação.

De maneira bem simplificada, endometriose é basicamente a proliferação deste mesmo endométrio em outras partes do corpo, como ovários, bexiga, intestino, peritônio ou qualquer outro órgão, e trata-se de uma doença hormonal e inflamatória de causa pouco conhecida, que acomete cada vez mais mulheres, nas mais variadas idades.

👆🏼Então, respondendo à pergunta: NÃO, endometriose não é câncer!

Trago aqui, porém, uma curiosidade que você talvez não tenha ouvido falar: você sabia que a endometriose é fator de risco para alguns subtipos histológicos de tumores de ovário ou peritônio?

❕ Os carcinomas de células claras e os endometrioides podem estar associados à ocorrência de endometriose, e há relatos na literatura inclusive de neoplasias originadas, por exemplo, em parede abdominal mesmo sem acometimento dos ovários, que estão intimamente associadas a focos de endometriose.

Normalmente, os principais sintomas da endometriose são cólicas menstruais intensas, infertilidade, dor durante a relação sexual, dor para evacuar nos períodos menstruais, dentre outros. Há, ainda, mulheres que têm endometriose mas são completamente assintomáticas.

O tratamento da doença é multidisciplinar e não necessariamente envolve cirurgia. Geralmente, esta modalidade de tratamento costuma ser indicada somente em pacientes que não têm melhora com o tratamento clínico, ou quando outros órgãos estão sob algum “risco”. Por isso, é muito importante ter um ginecologista de referência, especialista no assunto, que irá te guiar à melhor conduta individualizada para você.

Se o seu caso for cirúrgico, especialmente necessitando de ressecções mais complexas envolvendo órgãos pélvicos, ou mesmo se houver suspeita de alguma neoplasia associada, é aí que eu entro em ação 😊

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Esse post tem caráter informativo e não substitui a consulta médica.

Dra. Jacqueline Menezes
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Prevenção de câncer ginecológico

O câncer ginecológico engloba os tumores malignos de vulva, vagina, colo do útero, endométrio e ovários, e a prevenção começa na infância!

• Seguindo a campanha #marçolilás, começando pelo colo de útero, juntamente com vulva e vagina:

💡 A vacina quadrivalente contra o HPV (disponível gratuitamente no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos) pode prevenir até 70% dos cânceres de colo do útero, 60 a 95% dos cânceres vulvar e vaginal e 90% das verrugas genitais que estão relacionados à infecção pelos subtipos 6, 11, 16 e 18 do papilomavírus humano.

• Quanto ao câncer de endométrio, você sabia que a obesidade é um dos principais fatores de risco da doença?

💡Hábitos saudáveis com alimentação balanceada e prática de atividade física são grandes aliados na prevenção deste e de diversos outros tumores!

• E quanto ao câncer de ovário?

💡 Esta é uma doença silenciosa, que não possui métodos de rastreamento eficazes e é diagnosticada em cerca de 70% dos casos em estágios já avançados. Assim, é particularmente importante identificar pacientes com mutações genéticas associadas ao aumento de risco desta doença, que irão se beneficiar de cirurgias redutoras de risco!

Separei algumas dicas que vão te ajudar a prevenir os cânceres ginecológicos. Confira:

🔸Tenha seu calendário vacinal e de seus filhos em dia (e converse com sua médica, pois há benefício para vacinação contra o HPV mesmo em idades fora da cobertura pelo SUS)
🔸Realize o exame de Papanicolau E Genotipagem ou Captura Híbrida para HPV na periodicidade solicitada pela sua médica
🔸Pratique atividade física
🔸Não fume!
🔸Mantenha uma alimentação equilibrada
🔸Controle o estresse
🔸 Se você tiver histórico familiar de câncer de ovário, mama, pâncreas, próstata ou melanoma, não hesite em me procurar! 😉

A prevenção é um gesto de amor à vida. Conte comigo para te auxiliar no melhor tratamento possível contra o câncer, que é evitá-lo antes mesmo que aconteça 🫶🏼

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Este post tem caráter informativo e não substitui a consulta médica.

Dra. Jacqueline Menezes
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