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Endometriose é câncer?

O endométrio é o tecido que reveste a parede interna do útero, ou seja, a cavidade endometrial, que é onde o embrião se implanta para o desenvolvimento normal de uma gestação.

De maneira bem simplificada, endometriose é basicamente a proliferação deste mesmo endométrio em outras partes do corpo, como ovários, bexiga, intestino, peritônio ou qualquer outro órgão, e trata-se de uma doença hormonal e inflamatória de causa pouco conhecida, que acomete cada vez mais mulheres, nas mais variadas idades.

👆🏼Então, respondendo à pergunta: NÃO, endometriose não é câncer!

Trago aqui, porém, uma curiosidade que você talvez não tenha ouvido falar: você sabia que a endometriose é fator de risco para alguns subtipos histológicos de tumores de ovário ou peritônio?

❕ Os carcinomas de células claras e os endometrioides podem estar associados à ocorrência de endometriose, e há relatos na literatura inclusive de neoplasias originadas, por exemplo, em parede abdominal mesmo sem acometimento dos ovários, que estão intimamente associadas a focos de endometriose.

Normalmente, os principais sintomas da endometriose são cólicas menstruais intensas, infertilidade, dor durante a relação sexual, dor para evacuar nos períodos menstruais, dentre outros. Há, ainda, mulheres que têm endometriose mas são completamente assintomáticas.

O tratamento da doença é multidisciplinar e não necessariamente envolve cirurgia. Geralmente, esta modalidade de tratamento costuma ser indicada somente em pacientes que não têm melhora com o tratamento clínico, ou quando outros órgãos estão sob algum “risco”. Por isso, é muito importante ter um ginecologista de referência, especialista no assunto, que irá te guiar à melhor conduta individualizada para você.

Se o seu caso for cirúrgico, especialmente necessitando de ressecções mais complexas envolvendo órgãos pélvicos, ou mesmo se houver suspeita de alguma neoplasia associada, é aí que eu entro em ação 😊

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Esse post tem caráter informativo e não substitui a consulta médica.

Dra. Jacqueline Menezes
CRM-SP 176.936
RQE 102.511

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Prevenção de câncer ginecológico

O câncer ginecológico engloba os tumores malignos de vulva, vagina, colo do útero, endométrio e ovários, e a prevenção começa na infância!

• Seguindo a campanha #marçolilás, começando pelo colo de útero, juntamente com vulva e vagina:

💡 A vacina quadrivalente contra o HPV (disponível gratuitamente no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos) pode prevenir até 70% dos cânceres de colo do útero, 60 a 95% dos cânceres vulvar e vaginal e 90% das verrugas genitais que estão relacionados à infecção pelos subtipos 6, 11, 16 e 18 do papilomavírus humano.

• Quanto ao câncer de endométrio, você sabia que a obesidade é um dos principais fatores de risco da doença?

💡Hábitos saudáveis com alimentação balanceada e prática de atividade física são grandes aliados na prevenção deste e de diversos outros tumores!

• E quanto ao câncer de ovário?

💡 Esta é uma doença silenciosa, que não possui métodos de rastreamento eficazes e é diagnosticada em cerca de 70% dos casos em estágios já avançados. Assim, é particularmente importante identificar pacientes com mutações genéticas associadas ao aumento de risco desta doença, que irão se beneficiar de cirurgias redutoras de risco!

Separei algumas dicas que vão te ajudar a prevenir os cânceres ginecológicos. Confira:

🔸Tenha seu calendário vacinal e de seus filhos em dia (e converse com sua médica, pois há benefício para vacinação contra o HPV mesmo em idades fora da cobertura pelo SUS)
🔸Realize o exame de Papanicolau E Genotipagem ou Captura Híbrida para HPV na periodicidade solicitada pela sua médica
🔸Pratique atividade física
🔸Não fume!
🔸Mantenha uma alimentação equilibrada
🔸Controle o estresse
🔸 Se você tiver histórico familiar de câncer de ovário, mama, pâncreas, próstata ou melanoma, não hesite em me procurar! 😉

A prevenção é um gesto de amor à vida. Conte comigo para te auxiliar no melhor tratamento possível contra o câncer, que é evitá-lo antes mesmo que aconteça 🫶🏼

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Este post tem caráter informativo e não substitui a consulta médica.

Dra. Jacqueline Menezes
CRM-SP 176.936
RQE 102.511

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Exame no Útero

As recomendações para exame ginecológico podem variar com base na sua situação médica individual, idade e histórico de saúde. No entanto, manter o acompanhamento ginecológico é crucial para a sua saúde geral!

🩺 A primeira etapa é sempre entender o motivo da realização da histerectomia (cirurgia de retirada do útero), e se suas trompas e ovários permaneceram, ou também foram retirados. Outra informação crucial é saber se o colo de útero permaneceu, ou não. Seu médico cirurgião pode fornecer orientações específicas com base no seu histórico de saúde, razão para a cirurgia e outros fatores pessoais.

🩺 Atenção: a saúde ginecológica não se limita ao útero. O exame ginecológico é fundamental para o seguimento após um tratamento de câncer ginecológico. Mesmo sem o útero, e ainda que não se faça necessária a realização do Papanicolaou, inspecionamos toda a pelve, períneo e canal vaginal. Portanto, é essencial manter exames e consultas de rotina para verificar essas áreas.

Lembrando que cada caso é único, e as recomendações podem variar. O importante é estar em sintonia com seu médico e priorizar sua saúde ginecológica e seu bem-estar geral.

Você merece cuidados contínuos para ter uma vida saudável e plena. 💪🌼

Dra. Jacqueline Menezes
CRM-SP 176.936
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Fertilidade

A preservação de fertilidade em pacientes com câncer é, sim, possível em alguns cenários. Vamos conferir comigo algumas opções?

🔬Congelamento de Óvulos: Mulheres podem optar por fazer a estimulação ovariana para captar e congelar seus óvulos para uso futuro em fertilização in vitro (FIV). No último mês de agosto, inclusive, o STJ anunciou uma nova decisão determinando que os planos de saúde custeiem o congelamento de óvulos para pacientes com câncer como medida preventiva diante do risco de infertilidade.

💊Tratamentos alternativos: Câncer de endométrio pode ocorrer em pacientes jovens em idade fértil que desejam gestar. A depender de uma série de fatores que devem rigorosamente serem “preenchidos”, em alguns casos podemos realizar um tratamento hormonal sem a retirada do útero, até que a paciente constitua sua prole e, após, realize a cirurgia definitiva.

😷 Cirurgias conservadoras: Em alguns casos de tumores de ovário podemos preservar o ovário contralateral (não acometido por tumor) e até mesmo o útero. No câncer de colo de útero, em alguns casos também podemos realizar técnicas cirúrgicas preservadoras, como a traquelectomia radical, mantendo o corpo do útero para uma tentativa de gestação futura.

☢️ Transposição Ovariana: Em pacientes com indicação de radioterapia pélvica, como no câncer de colo do útero localmente avançado, esta técnica pode ser considerada para mover os ovários para fora do campo de radiação e preservar os óvulos e a função hormonal, evitando que a paciente entre na menopausa.

💡Transposição uterina: Você sabia que um cirurgião brasileiro revolucionou a cirurgia oncológica trazendo a possibilidade de gestação em mulheres que serão submetidas à radioterapia pélvica? O Dr. Reitan Ribeiro foi pioneiro no mundo a descrever este procedimento que retira o útero da pelve e, após o término do tratamento, “o coloca de volta” para que a paciente possa tentar engravidar.

Mas atenção, mulheres! Nem todas as opções são adequadas para todos os casos, e discussões multidisciplinares são fundamentais no manejo da preservação de fertilidade em pacientes oncológicas.

Dra. Jacqueline Menezes
CRM-SP 176.936
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